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quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Devaneios histórico-astronômicos

Depois de longuíssimas semanas de espera, finalmente chegou meu ansiosamente aguardado telescópio e comecei minhas atividades de astrônomo amador. Trata-se, obviamente, de um aparato para principiantes. Mas apenas para os padrões atuais, pois é superior aos primeiros telescópios empregados no século XVII pelos pioneiros da astronomia moderna. O fascínio da observação astronômica é indescritível. E, além de uma janela para o céu, também me fez ver com novos olhos a história da ciência.

Um dos aspectos que me chamou a atenção nesse sentido é a dificuldade do manuseio do instrumento; apontar o telescópio para a estrela que se quer observar (ou mesmo a Lua) não é tarefa tão fácil quanto parece... Pelo contrário, minhas primeiras tentativas de observar estrelas foram tão frustrantes que cheguei a pensar que seria impossível. Fiquei imaginando o quanto deve ter sido difícil para Galileu, Kepler e outros de sua época, afinal, ao contrário de mim, eles eram pioneiros que criaram ex nihil a arte da observação celeste. Quanta perseverança, fadiga, talvez mesmo fé, não lhes teria sido necessário? Difícil saber, difícil mesmo imaginar... Por outro lado, eles não precisavam enfrentar metade da poluição luminosa que temos hoje em dia!

Outra questão curiosa é a fragilidade dos dados empíricos obtidos através de um telescópio como esse. As interferências são inúmeras: um vento mais forte pode fazer as estrelas bailarem no céu ou água correr sobre a Lua, devido a efeitos de refração! É fácil corrigir mentalmente esses desvios, tendo uma base teórica prévia. Mas como fazê-lo sem ela? Igualmente, não é difícil perceber que uma estrela é um distante Sol, sabendo disso de antemão; sem esse conhecimento, todavia, parece muito questionável. Era exatamente nesse solo movediço, nesse terreno incerto, que os primeiros astrônomos se aventuravam. Não é à toa que muitos se mostravam resistentes ou reticentes em relação às revelações propostas pela astronomia. Não era meramente questão de fanatismo religioso. Ao contrário do que costumamos pensar na era Hubble, esses primeiros telescópios deixavam larga margem para as dúvidas.

Essa experiência só tem tornado mais evidente para mim o quanto a grande revolução do conhecimento da natureza na modernidade deve à abordagem matemática capaz de tornar inteligíveis esses dados empíricos. Mais revolucionário que o telescópio foi o olhar projetado através dele...

Um comentário:

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.